sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Para Que Existe a ARDH?


Conforme pesquisas realizadas pela UNESCO em algumas capitais brasileiras publicadas no livro “Juventude e Sexualidade” (Abranway, 2004). Os resultados indicaram entre outros tópicos, que cerca de 27% dos (as) estudantes não gostariam, por exemplo de ter um (a) colega de classe homossexual, 60% dos (as) professores (as) não sabem como abordar a questão em sala de aula, 35% dos pais e mães não apóiam que seus filhos (as) estudem no mesmo local que gays e lésbicas e 49% dos estudantes masculinos disseram que homens que têm relações sexuais com outros homens são “doentes”. Ressalte-se que a capital considerada com maior rejeição aos homossexuais foi a cearense, Fortaleza-ce.


Outra pesquisa interessante sobre preconceito nas escolas divulgada na Agência Brasil, aponta que 99,9% dos entrevistados desejam manter distância de algum grupo social. Os deficientes mentais são os que sofrem maior preconceito, com 98,9% das pessoas com algum nível de distancia social, seguidos pelos homossexuais com 98,9%, ciganos (97,3%), deficientes físicos (96,2%), índios (95,3%), pobres (94,9%), moradores da periferia ou de favelas (94,6%), moradores da área rural (91,1%), e negro (90,9%). De acordo com tais resultados a pessoa preconceituosa nunca terá apenas um preconceito, mas vários. Assim por uma questão histórica da sociedade ocidental aqueles que não estão incorporados na forma da cultura hegemônica serão negados e excluídos pelo simples fato de serem diferentes.


Devemos compreender que as pessoas são preconceituosas não por assim quererem, mas por uma educação que surge desde a família que produz e padroniza o sujeito, imobilizando-o em identidades fixas não conhecendo assim as diferença. A final quem é igual a quem? Somos todos diferentes, mas existe uma tentativa de padronização o que remete o homem ao suicídio pela omissão de sua singularidade. Como ser feliz se negando o tempo todo? Temos que criar linhas de fugas desta realidade e a ARDH surge na intenção de aglomerar os diferentes minoritários para afirmação de suas culturas não de forma a fixar tais sujeitos em uma identidade, mas de promover devires da diversidade. Tal diversidade não se limita a sexual, física, mental, geracional, classe social, raça, mas toda e qualquer diversidade cultural que não se encaixa na forma humana idealizada pela sociedade ocidental.
Russas, 08 de outubro de 2009.

Luma Nogueira de Andrade
PRESIDENTE DA ARDH

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