quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Missa de 7º dia de falecimento de Mara Santos.

Foi celebrada na terça-feira, 08/01/13, a missa de 7º dia do falecimento de Mara Santas (ver postagens anteriores). A missa foi celebrada pelo pároco Marcos que, durante o tradicional sermão, falou sobre a situação da violência no município de Russas e sobre a importância de se combater preconceitos e intolerâncias às minorias. No final da celebração, foram distribuídas lembranças fúnebres de Mara Santos. 

Confira algumas fotos da missa:





Lembrança que foi distribuída aos presentes.

Funeral de Mara Santos - 04/01/13.

Na quarta-feira, 04/01/13, foi realizado o sepultamento de Mara Santos, travesti e membro da Associação Russana da Diversidade Humana, alvejada e morta com 7 tiros, na noite do dia 02/01/13. Estiveram presentes no velório membros da ARDH, familiares, amigos, conhecidos e curiosos. Na oportunidade, a presidenta da ARDH - Luma Andrade - discursou sobre a importância de combater o preconceito e a homofobia, para evitar que outras "Maras" cheguem a ser mortas. A realização do funeral foi possível graças a disponibilização dos recursos necessários, através da Secretaria de Ação Social do Município de Russas e de uma quantia levantada por doações, através da Rádio Araibú Fm. A polícia continua o trabalho de investigação afim de chegar até os criminosos.

Algumas fotos do sepultamento:









Nota de esclarescimento sobre a morte de Mara Santos.



Mara Santas, 20 anos, era uma travesti natural e residente na cidade de Russas, estudante e membro da Associação Russana da Diversidade Humana. Na noite da última quarta-feira, 02/01/13, voltava (a pé) do centro da cidade, juntamente com dois amigos, Cris Nayandra e Samuel (menor de idade). Os três se dirigiam à casa de Mara, localizada nas proximidades do depósito da Skin e, durante o percurso, quando percorriam a Rua Delfino Junior (conhecido beco da Tropigás), por volta de 21:00 hs, foram surpreendidos por dois homens em uma moto. Um deles sacou uma arma e disparou 7 tiros contra Mara (dois próximos ao olho direito, um no pescoço, um na mão direita, um no peito e dois no abdomen). A vítima veio a óbito no local. Os dois amigos de Mara, transtornados, começaram a gritar e logo os moradores da rua tomaram conhecimento do crime, a polícia foi acionada e logo o local estava tomado por uma multidão, que se dividia em familiares, amigos e curiosos. Segundo os amigos da vítima, os assassinos estavam utilizando capacetes, fato que impediu a identificação dos mesmos. Algum tempo dois, o IML chegou ao local e fez a remoção do corpo, levando-o para a realização da perícia.

Mara não tinha envolvimento com drogas ilícitas. A polícia está fazendo um trabalho de investigação e ouvindo pessoas, na tentativa de localizar os assassinos. Segundo informações, o crime teria sido um ato de transfobia (discriminação a transexuais, travestis e transgêneros). Mara é um símbolo de resistência, pois não aceitava ser discriminada e não ficava calada diante de um ato de preconceito. A vítima já foi alvo de agressões em outros momentos, agressões estas que estão registradas, através de boletins de ocorrências, na Delegacia de Polícia de Russas, e publicizadas, através desta rede social.

Mara, apesar de todo o preconceito que sofria em casa e nas ruas, era uma pessoa muito alegre, de bem com a vida, sempre estava com um sorriso no rosto e era muito querida por seus amigos. O corpo está sendo velado neste momento, na Casa de Velório da Afagu, em Russas, o enterro será ainda hoje, às 16:00 hs. Na oportunidade, será realizada uma mobilização, com uma faixa e as pesssoas vestindo branco, em sinal de protesto e como pedido de paz. Nós, membros da ARDH, convidamos toda a população russana a se fazer presente neste ato. Fica a saudade da nossa amiga, a dor e a indignação diante de tamanha perversidade. Que a justiça seja feita!

"A maior violêcia é o preconceito"

Vai com Deus, Mara.

#JUSTIÇA
#PAZ