Conforme pesquisas realizadas pela UNESCO em algumas capitais brasileiras publicadas no livro “Juventude e Sexualidade” (Abranway, 2004). Os resultados indicaram entre outros tópicos, que cerca de 27% dos (as) estudantes não gostariam, por exemplo de ter um (a) colega de classe homossexual, 60% dos (as) professores (as) não sabem como abordar a questão em sala de aula, 35% dos pais e mães não apóiam que seus filhos (as) estudem no mesmo local que gays e lésbicas e 49% dos estudantes masculinos disseram que homens que têm relações sexuais com outros homens são “doentes”. Ressalte-se que a capital considerada com maior rejeição aos homossexuais foi a cearense, Fortaleza-ce.
Outra pesquisa interessante sobre preconceito nas escolas divulgada na Agência Brasil, aponta que 99,9% dos entrevistados desejam manter distância de algum grupo social. Os deficientes mentais são os que sofrem maior preconceito, com 98,9% das pessoas com algum nível de distancia social, seguidos pelos homossexuais com 98,9%, ciganos (97,3%), deficientes físicos (96,2%), índios (95,3%), pobres (94,9%), moradores da periferia ou de favelas (94,6%), moradores da área rural (91,1%), e negro (90,9%). De acordo com tais resultados a pessoa preconceituosa nunca terá apenas um preconceito, mas vários. Assim por uma questão histórica da sociedade ocidental aqueles que não estão incorporados na forma da cultura hegemônica serão negados e excluídos pelo simples fato de serem diferentes.
Devemos compreender que as pessoas são preconceituosas não por assim quererem, mas por uma educação que surge desde a família que produz e padroniza o sujeito, imobilizando-o em identidades fixas não conhecendo assim as diferença. A final quem é igual a quem? Somos todos diferentes, mas existe uma tentativa de padronização o que remete o homem ao suicídio pela omissão de sua singularidade. Como ser feliz se negando o tempo todo? Temos que criar linhas de fugas desta realidade e a ARDH surge na intenção de aglomerar os diferentes minoritários para afirmação de suas culturas não de forma a fixar tais sujeitos em uma identidade, mas de promover devires da diversidade. Tal diversidade não se limita a sexual, física, mental, geracional, classe social, raça, mas toda e qualquer diversidade cultural que não se encaixa na forma humana idealizada pela sociedade ocidental.
Russas, 08 de outubro de 2009.
Luma Nogueira de Andrade
PRESIDENTE DA ARDH
Russas, 08 de outubro de 2009.
Luma Nogueira de Andrade
PRESIDENTE DA ARDH
Parabéns pelo Blog e pela reportagem
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